quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A algum tempo atrás...


Antigamente, na Grécia antiga, a cada nova safra de uva, era realizada uma celebração pública em homenagem ao Deus do vinho, Dionísio ou Baco. E nesta época, Téspis, grego considerado o primeiro ator a existir, chamado de "hipocrités" ou "fingidor", fazia evocações a Dionísio, onde os participantes ali presentes, se embriagavam, dançavam, cantavam e apresentavam diversas cenas de peripécias sobre o deus, que por hora também era conhecido como o deus da fecundação. E inspirada nisso, fiz alguns versinhos sobre este acontecimento.




TÉSPIS AO INTERPRETAR DIONÍSIO

Sou do canto embreagado das palavras
e a magia da noite se faz meu céu
sou daquele mais encontrado ao léu
trago em mim redenção do que te travas
moro senão por entre todas as safras
onde tiro o meu sangue que é de vinho
que me dá asas, então sou passarinho
por todo o mundo ecoa meu pleno canto
sou o contrário dessas dores do pranto
e no entanto, tenho um tudo sozinho

Sou da transcedente loucura sã
da exaltação do pensamento vago
sou mais que simplesmente um mago
minha sabedoria é portanto ansiã
sou o mais invejado pelo satã
minha calma está em outra dimensão
meu êxtase ocorre por propagação
se o destino do bode é o sacrifício
sou da semente que tem por ofício
o divino poder da fecundação

Cecília de Queiroz






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